sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

É PRECISO NÃO ESQUECER NADA

É preciso não esquecer nada:
nem a torneira aberta nem o fogo aceso,
nem o sorriso para os infelizes
nem a oração de cada instante.


É preciso não esquecer de ver a nova borboleta
nem o céu de sempre.


O que é preciso é esquecer o nosso rosto,
o nosso nome, o som da nossa voz, o ritmo do nosso pulso.


O que é preciso esquecer é o dia carregado de atos,
a idéia de recompensa e de glória.


O que é preciso é ser como se já não fôssemos,
vigiados pelos próprios olhos
severos conosco, pois o resto não nos pertence. 

(Cecília Meireles)

Canteiros

Quando penso em você fecho os olhos de saudade
Tenho tido muita coisa, menos a felicidade
Correm os meus dedos longos em versos tristes que invento
Nem aquilo a que me entrego já me traz contentamento
Pode ser até manhã, cedo claro feito dia
mas nada do que me dizem me faz sentir alegria
Eu só queria ter no mato um gosto de framboesa
Para correr entre os canteiros e esconder minha tristeza
Que eu ainda sou bem moço para tanta tristeza
E deixemos de coisa, cuidemos da vida,
Pois se não chega a morte ou coisa parecida
E nos arrasta moço, sem ter visto a vida.

                                                (Música do Fagner baseada na obra de Cecília Meireles)

Traze-me

Traze-me um pouco das sombras serenas
que as nuvens transportam por cima do dia!
Um pouco de sombra, apenas,
- vê que nem te peço alegria.
Traze-me um pouco da alvura dos luares
que a noite sustenta no teu coração!
A alvura, apenas, dos ares:
- vê que nem te peço ilusão.
Traze-me um pouco da tua lembrança,
aroma perdido, saudade da flor!
-Vê que nem te digo - esperança!
-Vê que nem sequer sonho - amor!



                                                         (Cecília Meireles)


Reinvenção

A vida só é possível
reinventada.


Anda o sol pelas campinas
e passeia a mão dourada
pelas águas, pelas folhas...
Ah! tudo bolhas
que vem de fundas piscinas
de ilusionismo... — mais nada.


Mas a vida, a vida, a vida,
a vida só é possível
reinventada.


Vem a lua, vem, retira
as algemas dos meus braços.
Projeto-me por espaços
cheios da tua Figura.
Tudo mentira! Mentira
da lua, na noite escura.


Não te encontro, não te alcanço...
Só — no tempo equilibrada,
desprendo-me do balanço
que além do tempo me leva.
Só — na treva,
fico: recebida e dada.


Porque a vida, a vida, a vida,
a vida só é possível
reinventada.



                                 (Cecília Meireles)

O Assédio Moral nas Relações de Trabalho

Assédio Moral é Crime!O Assédio moral é toda tentativa repetitiva de agredir a dignidade da pessoa humana através de um comportamento abusivo que gera humilhações e constrangimentos, de maneira a ferir gravemente a integridade psicológica e tendo por conseqüência para o homem a desestruturação psíquica e o aparecimento de doenças psicossomáticas.

O Assédio Moral no trabalho é a exposição contínua do trabalhador a situações vexatórias, humilhantes e que geram profundo stress como o a cobrança exagerada do trabalho, exigência de metas inalcançáveis e sonegação de informações, fazendo-o duvidar de si e de sua competência, implicando em dano ao ambiente de trabalho, à evolução da carreira profissional ou à estabilidade do vínculo empregatício do funcionário. Este tipo de assédio no ambiente empresarial é comumente ocasionado por superiores hierárquicos que expõe seus subordinados ao ridículo mas também é visível no relacionamento entre pares em função do clima de competitividade a que são expostos.

É de suma importância ressaltar que nem sempre o empregador está atento a perceber que a empresa também é atingida de maneira negativa quando em seu ambiente de trabalho acontece o assédio moral. E esta percepção é necessária para que a empresa tome as medidas cabíveis para punir o agressor e custodiar os empregados vitimados.

As conseqüências visíveis à empresa são: a perda de qualidade, baixo índice de criatividade, queda de produtividade; imagem negativa da empresa perante consumidores e mercado de trabalho; doenças profissionais e acidentes de trabalho; aumento do turn-over e aumento de ações trabalhistas, inclusive com pedidos de reparação por dano moral.


Diferença entre Contenda e Assédio Moral


Nem sempre o relacionamento difícil entre chefe e subordinado gera dano moral. Para que este se configure é necessário que haja o dano propriamente dito, a culpa ou dolo do agente a quem se imputa a ação ou omissão e o nexo causal. E o assédio é caracterizado pela freqüência do ato. Logo, discussões ou desavenças esporádicas no ambiente de trabalho são entendidas como contendas e não como assédio moral, pois é compreensível, pela própria estrutura hierárquica das organizações, que haja cobranças de chefes a subordinados desde que não sejam excessivas e freqüentes.


Medidas Judiciais cabíveis no Assédio Moral

A Justiça do Trabalho no âmbito nacional ainda não possui nenhuma regulamentação específica para tratar o referido tema Entretanto, já é possível encontrar leis municipais e estaduais que dão especificidade ao tratamento legal para este tipo de agressão.

Conforme o artigo 8º, parágrafo único da CLT, na falta de disposições legais no Direito do Trabalho, é admissível a aplicação analógica do direito comum como uma fonte subsidiária do mesmo direito, conforme:

Art. 8º
As autoridades administrativas e a Justiça do Trabalho, na falta de disposições legais ou contratuais, decidirão, conforme o caso, pela jurisprudência, por analogia, por eqüidade e outros princípios e normas gerais de direito, principalmente do direito do trabalho, e, ainda, de acordo com os usos e costumes, o direito comparado, mas sempre de maneira que nenhum interesse de classe ou particular prevaleça sobre o interesse coletivo.

O Artigo 483 da CLT prevê que o dano moral ocasionado pelo empregador pode acarretar a rescisão indireta do contrato de trabalho, conforme:
Art. 483
O empregado poderá considerar rescindido o contrato e pleitear a devida indenização quando:

a) forem exigidos serviços superiores às suas forças, defesos por lei, contrários aos bons costumes, ou alheios ao contrato;
b) for tratado pelo empregador ou por seus superiores hierárquicos com rigor excessivo;
c) correr perigo manifesto de mal considerável;
d) não cumprir o empregador as obrigações do contrato;
e) praticar o empregador ou seus prepostos, contra ele ou pessoas de sua família, ato lesivo da honra e boa fama;
f) o empregador ou seus prepostos ofenderem-no fisicamente, salvo em caso de legítima defesa, própria ou de outrem;
g) o empregador reduzir seu trabalho, sendo este por peça ou tarefa, de forma a afetar sensivelmente a importância dos salários.

1º - O empregado poderá suspender a prestação dos serviços ou rescindir o contrato, quando tiver de desempenhar obrigações legais, incompatíveis com a continuação do serviço.
2º - No caso de morte do empregador constituído em empresa individual, é facultado ao empregado rescindir o contrato de trabalho.
3º - Nas hipóteses das letras d e g, poderá o empregado pleitear a rescisão de seu contrato de trabalho e o pagamento das respectivas indenizações, permanecendo ou não no serviço até o final da decisão do processo.

No caso do assédio moral ter advindo do colega de trabalho, o empregado lesado será tutelado pela Justiça do Trabalho em conformidade com o Artigo 482, alínea “j” que diz:

Artigo 482
j) ato lesivo da honra ou da boa fama praticado no serviço contra qualquer pessoa, ou ofensas físicas, nas mesmas condições, salvo em caso de legítima defesa, própria ou de outrem;

A punição para do colega agressor será mediante a Rescisão do Contrato de Trabalho por Justa Causa. É importante ressaltar que o empregador possui responsabilidade civil objetiva pelas atitudes de seus empregados no ambiente de trabalho conforme prevê o Código Civil no seu artigo 932º, inciso III.

Os tribunais trabalhistas reconhecem o dano moral quando este é comprovado através de provas ou testemunhas. Entretanto, nem sempre algumas atitudes de assédio moral são visíveis. A natureza da ação é muito subjetiva. Daí, muitos empregados, por não poderem comprovar o assédio e assim se tornam coniventes com a situação.

Para que se reúnam as provas necessárias, caberá a própria vítima obter esta visibilidade, procurando a ajuda de colegas como testemunhas ou que já sofreram humilhações do mesmo agressor, além de registrar com detalhes o contexto, data, hora, local e conteúdo da conversa .


Medidas Preventivas contra o Assédio Moral

Os problemas de relacionamento no ambiente de trabalho influem gravemente no clima organizacional. E tais problemas são proporcionais ao nível de organização da empresa e de tolerância do empregador no que compete ás práticas de assédio moral.
Cabe ao empregador tomar medidas necessárias para que se evite o assédio moral, tais como: a Conscientização dos chefes e subordinados sobre o tema e suas conseqüências; a promoção do diálogo na organização a fim de que se detecte possíveis brechas no ambiente de trabalho que podem levar a tais atitudes; a criação de uma ouvidoria como um espaço na empresa para receber as possíveis queixas e a criação de um código de ética que promova a dignidade do trabalhador e proíba toda discriminação ou assédio

Em suma, o assédio moral, apesar de sempre presente no ambiente de trabalho nas suas formas mais primitivas, é um assunto pouco discutido e também por isso pouco fundamentado na legislação brasileira. Mas é necessário construir um caminho de conhecimento e desmistificação na sociedade a fim de que ele seja coibido no ambiente empresarial através da denúncia segura e sem medo das vítimas e da postura atenta do empregador.
                                                                              (Meire Xavier Melo)

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

LINGUAGEM - "Violação dos direitos comunicativos"


Gettyimages

 Sabe aquela aula em que você tem a impressão de que não está acontecendo nada? Então, há uma grande chance de que o problema seja a violação dos direitos comunicativos.  De acordo com o professor Francisco Gomes de Matos, pesquisador da Universidade Federal de Pernambuco e escritor de vários livros sobre questões de linguagem, há a violação dos direitos comunicativos em sala de aula quando:

1. Interrompemos indelicadamente alguém que esteja falando.  

2. Uma pessoa é impedida de pedir explicações (às vezes, precisamos “explicar nossas explicações”!).

3. Conversamos com uma pessoa, como se fosse um diálogo privilegiado, em vez de compartilhado pelo grupo inteiro. Quantas vezes, os professores esquecem que o comunicar é, antes de tudo, um compartilhar e que, por isso, precisa evitar o hábito questionável — se frequente — de dialogar apenas com um(a) aluno(a), esquecendo-se, por alguns minutos, das outras pessoas que estão na sala, como co-aprendizes.

4. Fala-se para o grupo, em vez de “com” o grupo. Este princípio reflete a natureza cooperativa da linguagem humana: somos criaturas comunicativas que dependem umas das outras para a comunicação eficaz. O professor precisa aprender a monitorar o que diz em aula, principalmente para transformar o questionável hábito de “eu falo, vocês ouvem, escutam prestam atenção, etc.” em “aprendemos através de uma interação efetiva e afetiva”. É preciso estar bem consciente da diferença entre o “comunicar a/ para” e o “comunicar com...”. A primeira alternativa reflete um estilo comunicativo autoritário, a segunda constitui o reconhecimento de que somos parceiros comunicativos, com direitos e deveres.

5. Deixamos ligados nossos telefones celulares durante a aula, deles fazendo uso e, assim, perturbando o clima de comunicação.

6. O professor não responde a perguntas reveladoras de ansiedade, expectativas de alunos. Exemplo: Como seremos avaliados? Qual o sistema avaliativo a ser adotado, com base em que critérios, etc?

7. Fazemos comentários discriminatórios sobre o modo de falar/escrever/ ler de alguém.

8. Os alunos são privados de interagirem face-a-face. A disposição tradicional de cadeiras em filas é um tipo de anticomunicação que precisa acabar, se quisermos fazer da sala de aula um reflexo do que ocorre no mundo lá fora.


 





CHARGE - "AULA DE PORTUGUÊS"


CHARGE DO DIA -"Humor político sem besteirol-Edição Extraordinária"

            
"Jornalismo é oposição, o resto é armazém de secos e molhados"

                                        Millôr Fernandes

Incompetência também afoga!!! - HUMOR

                

CHARGE _ "MATERIAL ESCOLAR"


 Do Lute, no Hoje Em Dia (MG)

GÊNERO TEXTUAL-CHARGE- "O ENEM"

A educação é prioridade no Brasil. Deve ser por isso que o assunto está sempre na mídia... 
Ronaldo, Pioneiro (RS)


Aroeira, O Dia (RJ)


Sinfrônio, Diário do Nordeste (CE)


Waldez, Amazônia Jornal


M. Jacobsen, A Charge Online


Lute, Hoje em Dia (MG)


Nilton, Folha do Estado (MT)

DOCE É SONHAR (LENDO E REFLETINDO)




A chuva chove mansamente como um sono.
A chuva chove mansamente,que abandono!
A chuva é a música de um poema de Verlaine.
                                        (Cecília Meireles)

Coisas legais para se ensinar numa escola

Professores Apaixonados - por Gabriel Perissé

Professores e professoras apaixonados acordam cedo e dormem tarde, movidos pela idéia fixa que podem mover o mundo. Apaixonados, esquecem a hora do almoço e do jantar: estão preocupados com as múltiplas fomes que, de múltitplas formas, debilitam as inteligências.

As professoras apaixonadas descobriram que há homens no magistério igualmente apaixonados pela arte de ensinar, que é a arte de dar contexto a todos os textos. Não há pretextso que justifiquem, para os professores apaixonados, um grau a menos de paixão, e não vai nisso nem um pouco de romantismo barato. Apaixonar-se sai caro!
Os professores apaixonados, com ou sem carro, buzinam o silêncio comodista, dão carona para os alunos que moram mais longe do conhecimento, saem cantando o pneu da alegria. Se estão apaixonados, e estão, fazem da sala de aula um espaço de cânticos, de ênfases, de sínteses que demonstram, pela via do contraste, o absurdo que é viver sem paixão, ensinar sem paixão.

Dá pena, dá compaixão ver o professor desapaixonado, sonhando acordado com a aposentadoria, contando nos dedos os dias que faltam para as suas férias, catando no calendário os próximos feriados.
Os professores apaixonados muito bem sabem das dificuldades, dos desrespietos, das injustiças, até mesmo dos horrores que há na profissão. Mas o professor apaixonado não deixa de professar, e seu protesto é continuar amando apaixonadamente.

Continuar amando é não perder a fé, palavra pequena que não se dilui no café ralo, não foge pelo ralo, não se apaga como um traço de giz no quadro. Ter fé impede que o medo esmague o amor, que as alienações antigas e novas substituam a lúcida esperança.
Dar aula não é contar piada, mas quem dá aula sem humor não está com nada, ensinar é uma forma de oração. Não essa oração chacoalhar de palavras sem sentido, com voz melosa ou ríspida. Mera oração subordinada, e nada mais.
Os professores apaixonados querem tudo. Querem multiplicar o tempo, somar os esforços, dividir os problemas para solucioná-los. Querem analisar a química da realidade. Querem traçar o mapa de inusitados tesouros.
Os olhos dos professores apaixonados brilham quando, no meio de uma explicação, percebem o sorriso do aluno que entendeu algo que ele mesmo, professor, não esperava explicar. A paixão é inexplicável, bem sei. Mas é também indisfarçável.

Ler Devia Ser Proibido!

chirico.jpg
Texto de Guiomar de Grammon
«A pensar fundo na questão, eu diria que ler devia ser proibido.
Afinal de contas, ler faz muito mal às pessoas: acorda os homens para realidades impossíveis, tornando-os incapazes de suportar o mundo insosso e ordinário em que vivem. A leitura induz à loucura, desloca o homem do humilde lugar que lhe fora destinado no corpo social. Não me deixam mentir os exemplos de Dom Quixote e Madame Bovary. O primeiro, coitado, de tanto ler aventuras de cavalheiros que jamais existiram meteu-se pelo mundo afora, a crer-se capaz de reformar o mundo, quilha de ossos que mal sustinha a si e ao pobre Rocinante. Quanto à pobre Emma Bovary, tomou-se esposa inútil para fofocas e bordados, perdendo-se em delírios sobre bailes e amores cortesãos.
Ler realmente não faz bem. A criança que lê pode se tornar um adulto perigoso, inconformado com os problemas do mundo, induzido a crer que tudo pode ser de outra forma. Afinal de contas, a leitura desenvolve um poder incontrolável. Liberta o homem excessivamente. Sem a leitura, ele morreria feliz, ignorante dos grilhões que o encerram. Sem a leitura, ainda, estaria mais afeito à realidade quotidiana, se dedicaria ao trabalho com afinco, sem procurar enriquecê-la com cabriolas da imaginação.
Sem ler, o homem jamais saberia a extensão do prazer. Não experimentaria nunca o sumo Bem de Aristóteles: o conhecer. Mas para que conhecer se, na maior parte dos casos, o que necessita é apenas executar ordens? Se o que deve, enfim, é fazer o que dele esperam e nada mais?
Ler pode provocar o inesperado. Pode fazer com que o homem crie atalhos para caminhos que devem, necessariamente, ser longos. Ler pode gerar a invenção. Pode estimular a imaginação de forma a levar o ser humano além do que lhe é devido.
Além disso, os livros estimulam o sonho, a imaginação, a fantasia. Nos transportam a paraísos misteriosos, nos fazem enxergar unicórnios azuis e palácios de cristal. Nos fazem acreditar que a vida é mais do que um punhado de pó em movimento. Que há algo a descobrir. Há horizontes para além das montanhas, há estrelas por trás das nuvens. Estrelas jamais percebidas. É preciso desconfiar desse pendor para o absurdo que nos impede de aceitar nossas realidades cruas.
Não, não dêem mais livros às escolas. Pais, não leiam para os seus filhos, pode levá-los a desenvolver esse gosto pela aventura e pela descoberta que fez do homem um animal diferente. Antes estivesse ainda a passear de quatro patas, sem noção de progresso e civilização, mas tampouco sem conhecer guerras, destruição, violência. Professores, não contem histórias, pode estimular uma curiosidade indesejável em seres que a vida destinou para a repetição e para o trabalho duro.
Ler pode ser um problema, pode gerar seres humanos conscientes demais dos seus direitos políticos em um mundo administrado, onde ser livre não passa de uma ficção sem nenhuma verosimilhança. Seria impossível controlar e organizar a sociedade se todos os seres humanos soubessem o que desejam. Se todos se pusessem a articular bem suas demandas, a fincar sua posição no mundo, a fazer dos discursos os instrumentos de conquista de sua liberdade.
O mundo já vai por um bom caminho. Cada vez mais as pessoas lêem por razões utilitárias: para compreender formulários, contratos, bulas de remédio, projetos, manuais etc. Observem as filas, um dos pequenos cancros da civilização contemporânea. Bastaria um livro para que todos se vissem magicamente transportados para outras dimensões, menos incómodas. E esse o tapete mágico, o pó de pirlimpimpim, a máquina do tempo. Para o homem que lê, não há fronteiras, não há cortes, prisões tampouco. O que é mais subversivo do que a leitura?
É preciso compreender que ler para se enriquecer culturalmente ou para se divertir deve ser um privilégio concedido apenas a alguns, jamais àqueles que desenvolvem trabalhos práticos ou manuais. Seja em filas, em metros, ou no silêncio da alcova… Ler deve ser coisa rara, não para qualquer um.
Afinal de contas, a leitura é um poder, e o poder é para poucos.
Para obedecer não é preciso enxergar, o silêncio é a linguagem da submissão. Para executar ordens, a palavra é inútil.
Além disso, a leitura promove a comunicação de dores e alegrias, tantos outros sentimentos… A leitura é obscena. Expõe o íntimo, torna colectivo o individual e público, o secreto, o próprio. A leitura ameaça os indivíduos, porque os faz identificar sua história a outras histórias. Torna-os capazes de compreender e aceitar o mundo do Outro. Sim, a leitura devia ser proibida.
Ler pode tornar o homem perigosamente humano.»
Guiomar de Grammon
In: PRADO, J. & CONDINI, P. (Orgs.). A formação do leitor: pontos de vista. Rio de Janeiro: Argus, 1999. pp. 71-3.
Imagem: Giorgio de Chirico
FONTE: http://www.trt05.gov.br/trt5new/areas/ddrh/LER_DEVIA_SER_PROIBIDO.doc e http://lerparacrer.wordpress.com/2007/11/06/ler-devia-ser-proibido/

Desafios da Internet para o professor

José Manuel Moran(*)

Com a chegada da Internet nos defrontamos com novas possibilidades, desafios e incertezas o processo de ensino-aprendizagem.


Não podemos esperar das redes eletrônicas a solução mágica para modificar profundamente a relação pedagógica, mas vão facilitar como nunca antes a pesquisa individual e grupal, o intercâmbio de professores com professores, de alunos com alunos, de professores com alunos.

A Internet propicia a troca de experiências, de dúvidas, de materiais, as trocas pessoais, tanto de quem está perto como longe geograficamente.

A Internet pode ajudar o professor a preparar melhor a sua aula, a ampliar as formas de lecionar, a modificar o processo de avaliação e de comunicação com o aluno e com os seus colegas.

O professor vai ampliar a forma de preparar a sua aula. Pode ter acesso aos últimos artigos publicados, às notícias mais recentes sobre o tema que vai tratar, pode pedir ajuda a outros colegas - conhecidos e desconhecidos - sobre a melhor maneira de trabalhar aquele assunto com os seus estudantes. Pode ver que materiais -programas, vídeos, exercícios existem. Já é possível copiar imagens, sons, trechos de vídeos. Em pouco tempo o acesso a materiais audiovisuais será muito mais fácil. Tem tanto material disponível, que imediatamente vai aparecer se o professor está atualizado, se preparou realmente a aula (porque os alunos também têm acesso às mesmas informações, bancos de dados, etc).

O grande avanço neste campo da preparação de aula está na possibilidade de consulta a colegas conhecidos e desconhecidos, a especialistas, de perguntar e obter respostas sobre dúvidas, métodos, materiais, estratégias de ensino-aprendizagem. O papel do professor não é o de somente coletar a informação, mas de trabalhá-la, de escolhê-la, confrontando visões, metodologias e resultados.

O professor pode iniciar um assunto em sala de aula sensibilizando, criando impacto, chamando a atenção para novos dados, novos desafios.Depois, convida os alunos a fazerem suas próprias pesquisas, -individualmente e em grupo- e que procurem chegar a suas próprias sínteses. Enquanto os alunos fazem pesquisa, o professor pode ser localizado eletronicamente, para consultas, dúvidas. O professor se transforma num assessor próximo do aluno, mesmo quando não está fisicamente presente. Não interessa se o professor está na escola, em casa, ou viajando. O importante é que ele pode conectar-se com os outros e pode ser localizado, se quiser, em qualquer lugar e em qualquer momento. A aula se converte num espaço real de interação, de troca de resultados, de comparação de fontes, de enriquecimento de perspectivas, de discussão das contradições, de adaptação dos dados à realidade dos alunos. O professor não é o "informador", mas o coordenador do processo de ensino-aprendizagem. Estimula, acompanha a pesquisa, debate os resultados.

Os alunos podem fazer suas pesquisas antes da aula, preparar apresentações -individualmente e em grupo. Podem consultar colegas conhecidos ou desconhecidos, da mesma ou de outras escolas, da mesma cidade, país ou de outro país. Aumentará incrivelmente a interação com outros colegas, pesquisando os mesmos assuntos, trocando resultados, materiais, jornais, vídeos.

A motivação para a prática de línguas estrangeiras e para o aperfeiçoamento da própria se torna muito mais perceptível, porque existe real necessidade de escrever e, nos próximos anos, também de falar na mesma e em outras línguas.

Os programas de tradução nos facilitarão a comunicação com outros países, mas quem domina a língua levará muita vantagem neste intercâmbio.

A Internet será ótima para professores inquietos, atentos a novidades, que desejam atualizar-se, comunicar-se mais. Mas ela será um tormento para o professor que se acostumou a dar aula sempre da mesma forma, que fala o tempo todo na aula, que impõe um único tipo de avaliação. Esse professor provavelmente achará a Internet muito complicada - há demasiada informação disponível - ou, talvez pior, irá procurar roteiros de aula prontos -e já existem muitos - e os copiará literalmente, para aplicá-los mecanicamente na sala de aula.

Esse tipo de professor continuará limitado antes e depois da Internet, só que a sua defasagem se tornará mais perceptível. Quanto mais informação temos disponível, mais complicamos o processo de ensino-aprendizagem.

Quando podíamos escolher um único livro de texto e segui-lo capítulo a capítulo, estava claro o caminho do começo até o fim, tanto para o professor, como para o aluno, para a administração e para a família.

Agora podemos enriquecer extraordinariamente o processo, mas, ao mesmo tempo, o complicamos. Ensinar é orientar, estimular, relacionar, mais que informar. Mas só orienta aquele que conhece, que tem uma boa base teórica e que sabe comunicar-se. O professor vai ter que atualizar-se sem parar, vai precisar abrir-se para as informações que o aluno vai trazer, aprender com o aluno, interagir com ele.

A Internet não é mágica, mas as experiências que venho acompanhando na Universidade de São Paulo e o contato com professores e alunos que utilizam as redes eletrônicas no Brasil e em outros países me mostram possibilidades fascinantes de tornar o ensino e a aprendizagem processos abertos, flexíveis, inovadores, contínuos, que exigem uma excelente formação teórica e comunicacional, para navegar entre tantas e tão desencontradas idéias, visões, teorias, caminhos.

Os alunos estão prontos para a Internet. Quando podem acessá-la, vão longe. O professor vai percebendo que, aos poucos, a Internet está passando de uma palavra da moda a realidade em alguns colégios e nas suas famílias. Nestes próximos anos viveremos a interligação da Internet, com o cabo, com a televisão. Imagem, som, texto e dados se integrarão em um vasto conjunto de possibilidades. Ver-se e ouvir-se à distância se tornará corriqueiro. Pedir a um colega que dê aula comigo, mesmo que esteja em outra cidade ou país, ao vivo, será plenamente viável. As possibilidades da Internet no ensino estão apenas começando.

*Especialista em inovações na educação presencial e a distância jmmoran@usp.br

Texto inspirado no capítulo primeiro do livro: MORAN, José Manuel, MASETTO, Marcos e BEHRENS, Marilda.

Novas Tecnologias e Mediação Pedagógica.16ª ed. Campinas: Papirus,2009, p.12-17

Como Enfrentar o Bullying na Escola.

A mídia tradicional costuma manter um certo descompasso com a vida real.
Um tempo atrás descobriram um novo termo para relações amorosas de curta duração e sem compromisso: o “ficar”. Novo para a mídia, já que “ficar” é algo mais do que conhecido para quem nasceu nas últimas 4 décadas.
A bola da vez é o bullying, embalado em um anglicismo mas também nada novo. Pergunte ao seu avô e ele certamente terá histórias para contar dos tempos de colégio.
Se você chegou aqui procurando uma maneira de se livrar de seus perseguidores, uma má notícia: você é um babaca. Só babacas sem sangue nas veias sofrem com isso, sinto muito, mas é a verdade.
Pensando bem, não sinto nada, você é babaca mesmo e ponto final.
Não se desespere, no entanto, há maneiras de reverter a situação.
Bullying
Antes de mais nada, esqueça tudo que encontrou em outros sites, eu fiz uma busca e os conselhos dados só levarão você mais fundo ainda, se é que é possível, no poço dos perdedores; senão vejamos:

1. Reclamar Com a Escola

Isso funciona até certo ponto, já que agora você será o saco de pancadas fora da escola, e a pancadaria será redobrada, já que sabem que você reclamou.

2. Pedir Ajuda aos Pais

Não, sério. Não faça isso. Seus pais irão aconselhá-lo a ter calma e conversar com os agressores. Provavelmente irão até a escola, levando você a níveis de humilhação nunca vistos na história ocidental.
E não vai adiantar, depois disso até as garotas baterão em você. Eu bateria em você se o encontrasse na rua.

3. Reagir Verbalmente

Se você é vítima de bullying, é provável que tenha grande intimidade com números, computadores e livros. É grande também a chance de que seja bem humorado e inteligente.
Não use isso contra seus agressores, eles não entenderão seu humor depreciativo, os colegas que entenderem irão rir deles e isso eles entenderão, batendo mais ainda em você.

4. A Saída Columbine

Lembra? A escola onde dois lunáticos armaram-se até os dentes e mataram meio mundo, provavelmente porque se achavam excluídos?
Pois é, além de um babaca covarde você será conhecido como babaca covarde psicopata assassino. Não é uma boa ideia, ponto.
Se nenhum dos argumentos acima o convenceu, lembre-se que os babacas que o perseguem hoje serão necessários no futuro próximo. Afinal, alguém tem que encher o tanque do seu carro e empacotar suas compras.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Pérolas do ENEM 2009

O tema da redação do Enem 2009 foi Aquecimento Global, e como acontece todo ano, não faltaram preciosidades.
Confira as melhores Pérolas do Enem:
1) “o problema da amazônia tem uma percussão mundial. Várias Ongs já se estalaram na floresta.” (percussão e estalos. Vai ficar animado o negócio)
Pérola do Enem
Pérola do Enem
2) “A amazônia é explorada de forma piedosa.” (boa)
3) “Vamos nos unir juntos de mãos dadas para salvar planeta.” (tamo junto nessa, companheiro. Mais juntos, impossível)
4) “A floresta tá ali paradinha no lugar dela e vem o homem e créu.” (e na velocidade 5!)
5) “Tem que destruir os destruidores por que o destruimento salva a floresta.” (pra deixar bem claro o tamanho da destruição)
6) “O grande excesso de desmatamento exagerado é a causa da devastação.” (pleonasmo é a lei)
7) “Espero que o desmatamento seja instinto.” (selvagem)
8 ) “A floresta está cheia de animais já extintos. Tem que parar de desmatar para que os animais que estão extintos possam se reproduzirem e aumentarem seu número respirando um ar mais limpo.” (o verdadeiro milagre da vida)
9) “A emoção de poluentes atmosféricos aquece a floresta.” (também fiquei emocionado com essa)

10) “Tem empresas que contribui para a realização de árvores renováveis.” (todo mundo na vida tem que ter um filho, escrever um livro, e realizar uma árvore renovável)

11) “Animais ficam sem comida e sem dormida por causa das
queimadas.” (esqueceu que também ficam sem o home theater e os dvd’s da coleção do Chaves)

12) “Precisamos de oxigênio para nossa vida eterna.” (amém)
13) “Os desmatadores cortam árvores naturais da natureza.” (e as renováveis?)
14) “A principal vítima do desmatamento é a vida ecológica.” (deve ser culpa da morte ecológica)
15) “A amazônia tem valor ambiental ilastimável.” (ignorem, por favor)
16) “Explorar sem atingir árvores sedentárias.” (peguem só as que estiverem fazendo caminhadas e flexões)
17) “Os estrangeiros já demonstraram diversas fezes enteresse pela amazônia.” (o quê?)
18) “Paremos e reflitemos.” (beleza)
19) “A floresta amazônica não pode ser destruída por pessoas não autorizadas.” (onde está o Guarda Belo nessas horas?)
20) “Retirada claudestina de árvores.” (caraulio)
21) “Temos que criar leis legais contra isso.” (bacana)

22) “A camada de ozonel.” (Chris O’Zonnell?)

23) “a amazônia está sendo devastada por pessoas que não tem senso de humor..” (a solução é colocar lá o pessoal da Zorra Total pra cortar árvores)
24) “A cada hora, muitas árvores são derrubadas por mãos poluídas, sem coração.” (para fabricar o papel que ele fica escrevendo asneiras)
25) “A amazônia está sofrendo um grande, enorme e profundíssimo desmatamento devastador, intenso e imperdoável.” (campeão da categoria “maior enchedor de lingüiça)

26) “Vamos gritar não à devastação e sim à reflorestação.” (NÃO!)

27) “Uma vez que se paga uma punição xis, se ganha depois vários xises.” (gênio da matemática)
28) “A natureza está cobrando uma atitude mais energética dos
governantes” (red bull neles – dizem as árvores)

29) “O povo amazônico está sendo usado como bote xpiatório” (ótima)
30) “O aumento da temperatura na terra está cada vez mais aumentando.” (subindo!)
31) “Na floresta amazônica tem muitos animais: passarinhos, leões, ursos, etc.” (deve ser a globalização)
32) “Convivemos com a merchendagem e a politicagem.” (gzus)
33) “Na cama dos deputados foram votadas muitas leis.” (imaginem as que foram votadas no banheiro deles)
34) “Os dismatamentos é a fonte de inlegalidade e distruição da froresta Amazônia” (oh god)
35) “O que vamos deixar para nossos antecedentes?” (dicionários)

Pérolas do vestibular


Frases colhidas no vestibular 2000:
* Lavoisier foi guilhotinado por ter inventado o oxigênio.

* O nervo ótico transmite idéias luminosas.

* O vento é uma imensa quantidade de ar.

* O terremoto é um pequeno movimento de terras não cultivadas.

* Os egípcios antigos desenvolveram a arte funerária para que os mortos pudessem viver melhor.

* Péricles foi o principal ditador da democracia grega.

* O problema fundamental do terceiro mundo é a superabundância de necessidades.

* O petróleo apareceu há muitos séculos, numa época em que os peixes se afogavam dentro d’água.

* A principal função da raiz é se enterrar.

* A igreja vem perdendo muita clientela.

* O Sol nos dá luz, calor e turistas.

* As aves têm na boca um dente chamado bico.

* A unidade de força é o Newton, que significa a força que se tem que realizar em um metro da unidade de tempo, no sentido contrário.

* Lenda é toda narração em prosa de um tema confuso.

* A harpa é uma rosa que toca.

* A febre amarela foi trazida da China por Marco Polo.

* Os ruminantes se distinguem dos outros animais porque o que comem, comem por duas vezes.

* O coração é o único órgão que não deixa de funcionar 24 horas por dia.

* Quando um animal irracional não tem água para beber, só sobrevive se for empalhado.

* A insônia consiste em dormir ao contrário.

* A arquitetura gótica se notabilizou por fazer edifícios verticais.

* A diferença entre o Romantismo e o Realismo é que os românticos escrevem romances e os realistas nos mostram como está a situação do país.

* O Chile é um país muito alto e magro.

* As múmias tinham um profundo conhecimento de Anatomia.

* O batismo é uma espécie de detergente do pecado original.

* Na Grécia, a democracia funcionava muito bem, porque os que não estavam de acordo, se envenenavam.

* A prosopopéia é o começo de uma epopéia.

* Os crustáceos fora d’água respiram como podem.

* Os hermafroditas nascem unidos pelo corpo.

* As glândulas salivares só trabalham quando a gente têm vontade de cuspir.

* A fé é uma graça através da qual podemos ver o que não vemos.

* Os estuários e os deltas foram os primeiros habitantes da Mesopotâmia.

* O objetivo da Sociedade Anônima é ter muitas fábricas desconhecidas.

* A Previdência Social assegura o direito à enfermidade coletiva.

* O Ateísmo é uma religião anônima.

* A respiração anaeróbica é a respiração sem ar, que não deve passar de três minutos.

* O calor é a quantidade de calorias armazenadas numa unidade de tempo.

* Antes de ser criada a Justiça, todo mundo era injusto.

* Caracteres sexuais secundários são as modificações morfológicas sofridas por um indivíduo após manter relações sexuais.







                   Mais pérolas...

Redação
* Sobrevivência de um aborto vivo (título).

* O Brasil é um país abastardo com um futuro promissório.

* O maior matrimônio do país é a Educação.

* Precisamos tirar as fendas dos olhos para enxergar com clareza o número de famigerados que almenta (sic).

* Os analfabetos nunca tiveram chance de voltar à escola.

* O bem star (sic) dos abtantes endependente (sic) de roça, religião, sexo e vegetarianos, está preocudan-do-nos.

* É preciso melhorar as indiferenças sociais e promover o saneamento de muitas pessoas.

* Também preoculpa (sic) o avanço regesssivo da violência.

* Segundo Darcy Gonçalves (Darcy Ribeiro) e o juiz Nicolau de Melo Neto (Nicolau dos Santos Neto).

* E o presidente onde está? Certamente em sua cadeira, fumando baseado e conversando com o presidente dos EUA.

Variações linguísticas profissionais

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Profissionais
O exercício de certas profissões e atividades requer o domínio de certas formas de língua chamadas línguas técnicas ou jargões. Abundantes em termos específicos, essas variantes têm seu uso praticamente restrito ao intercâmbio técnico de engenheiros, médicos, lingüistas, químicos e outros especialistas. Quando empregadas fora desses grupos de especialistas, tendem a ser vistas como sinal de pedantismo ou de vazio retórico. Deve-se sempre considerar a possibilidade de que alguém opta por empregar seu jargão para não ser entendido pelos interlocutores, que se sentiriam intimidados pelo linguajar técnico e silenciariam diante dele.

Expressões em que se usa crase

Você sabe usar corretamente a crase? Pense numa situação em que precise definir se deve escrever “Vendeu a” ou “à vista”?  Como escolher? Aprenda lendo este post por inteiro. Na sequência coloco uma lista de palavras que devem ser grafadas com crase.
gatos_gramatica_exerciciosSe alguém "vendeu a vista", deve ter vendido "o olho" (a vista = objeto direto). O desespero era tanto, que um vendeu o carro e o outro vendeu a vista. Se não era nada disso que você queria dizer, então a resposta é outra:
"vendeu à vista", e não a prazo (à vista = adjunto adverbial de modo).
Observe que nesse caso não se aplica o "macete" da substituição do feminino pelo masculino (à vista > a prazo). Por causa disso, há muita polêmica e algumas divergências entre escritores, jornalistas, gramáticos e professores. Por isso, lembre-se de que  se acentua o “a” que inicia locuções (adverbiais, prepositivas, conjuntivas) com palavra FEMININA:
À beça
À beira de
À cata de
À custa de
À deriva
À direita
À distância
À espreita
À esquerda
À exceção de
À feição de
À força
À francesa
À frente (de)
À luz ("dar à luz um filho")
À mão
À maneira de
À medida que
À mercê de
À míngua
À minuta
À moda (de)
À noite
À paisana
À parte
À pressa
À primeira vista
À procura de
À proporção que
À queima-roupa
À revelia
À risca
À semelhança de
À tarde
À toa
À toda
À última hora
À uma (=conjuntamente)
À unha
À vista
À vontade
Às avessas
Às cegas
Às claras
Às escondidas
Às moscas
Às ocultas
Às ordens
Às vezes (= algumas vezes, de vez em quando)
OBSERVAÇÃO 1: As locuções adverbiais indicam lugar, tempo, modo, instrumento:
"Entrou à direita."
"Está à distância de um metro." (=adjuntos adverbiais de lugar)
"Só voltará à tarde."
"À última hora, desistiu." (=adjuntos adverbiais de tempo)
"Saiu andando à toa."
"Falou tudo às claras." (=adjuntos adverbiais de modo)
"Fez o trabalho à mão."
"O marginal foi morto à faca." (=adjuntos adverbiais de instrumento)
OBSERVAÇÃO 2: Nas locuções prepositivas, só haverá o acento grave com palavras femininas: à custa de, à procura de, à mercê de, à moda de... Não há acento grave em locuções com palavras masculinas:
"Falávamos a respeito do jogo de ontem."
OBSERVAÇÃO 3: As duas locuções conjuntivas (= ligam orações) dão idéia de "proporção":
"A sala fica cheia à proporção que os convidados vão chegando."
"À medida que o tempo passa, ele fica mais irresponsável.

Acordo ortográfico em quadrinhos

acordo ortográfico - 1
Veja as outras imagens clicando sobre elas.
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Expressões curiosas do Português

Certas expressões são usadas no dia-a-dia e nem bem sabemos de onde vieram. Muitas são culturais como “sem eira nem beira”, mas outras são resultados apenas de mecanismos linguísticos que, em minha opinião, vêm facilitar o uso da linguagem. Vejam por exemplo o caso deste post. Como é que se deve escrever? “A ou À Machado de Assis?
Depende, meu caro leitor. Se ele está escrevendo "para Machado de Assis”, não há o acento grave:
"Ele escreve a Machado de Assis." (= para Machado)
Se ele escreve "à moda ", "ao estilo" de Machado de Assis, primeiramente tenho de expressar minha admiração, pois é um dos meus escritores preferidos e, nesse caso, o uso do acento grave é obrigatório:
"Ele escreve à Machado de Assis." (= ao estilo de Machado de Assis)
Bom, pelos exemplos, vemos que usaremos o acento grave sempre que houver uma destas locuções subentendidas: "à moda de", "à maneira de" ou "ao estilo de":
"Sapato à Luís XV."
"Poesia à Manuel Bandeira."
"Revolução à 1930."
"Vestir-se à 1800."
"Filé à francesa."
"Bife à milanesa."
OBSERVAÇÃO 1: Em "Moramos em São José dos Campos de 2005 a 2010", não há crase porque não há artigo definido antes de 2010. Em "Elas se vestem à 1970", há acento grave porque subentendemos "à moda de 1970".
OBSERVAÇÃO 2: Se os nossos cardápios fossem bem escritos, em português é claro, teríamos um "festival de crase":
"Viradinho à paulista." (=à moda de São Paulo)
"Tutu à mineira." (=à moda de Minas)
"Camarão à baiana." (=à moda da Bahia)
"Churrasco à gaúcha." (=à moda gaúcha)
Observe que neste caso o acento grave deve ser usado mesmo antes de palavras masculinas:
"Churrasco à Osvaldo Aranha." (=à moda de Osvaldo Aranha)
O simples fato de estar no cardápio não garante a crase:
"Filé a cavalo"
"Frango a passarinho."
Não usamos o acento grave nesses dois exemplos. A locução "à moda de" não está subentendida. Um "filé a cavalo" não é um "filé à moda do cavalo". Ainda bem, pois seria, no mínimo um paradoxo “vegan”!

RESUMO DO TEXTO DISSERTATIVO

 Resumir um texto é reproduzir, em poucas palavras, o que o autor expressou amplamente. É a síntese das idéias do texto e não das palavras ou frases. Fazer resumos é útil para se aprender a relacionar as idéias principais do texto e entender com clareza o assunto.
imagem_gratis_dicas_BBB11_flagras (86) CUIDADOS NA ELABORAÇÃO DO RESUMO
a- Não iniciar com expressões do tipo "O autor diz...", "O texto mostra...".
b- Não apresentar juízos críticos, opiniões próprias,
c- Não colocar exemplos nem explicações desnecessárias,
d- Manter a progressão em que as idéias aparecem, observando os elementos conectores,
e- Utilizar linguagem clara e objetiva,
f- Evitar transcrição de frases do texto.
g- A extensão do resumo deve ter de 10 a 15 por cento da extensão do texto original.
ETAPAS NO PROCESSO DO RESUMO
a- Leitura integral para tomar contato com o texto,
b- Esclarecimento de eventuais dúvidas de vocabulário,
c- Releitura para identificação do tema e sua delimitação,
d- Destaque das palavras-chave das idéias de cada parágrafo,
e- Elaboração do esquema das idéias do texto, atentando-se para o relacionamento entre elas.
f- Montagem do texto, seguindo a progressão das idéias.
OBSERVAÇÃO:-    Se o texto a ser resumido for de pequena extensão, basta fazer o esquema das idéias principais de cada parágrafo.
-    Se o texto for de grande extensão, um livro, por exemplo, será necessário apreender seu conteúdo através das partes ou capítulos

Fernando Pessoa

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"Às vezes ouço passar o vento; 
e só de ouvir o vento passar, 
vale a pena ter nascido.”





Fernando Pessoa – poeta e escritor português

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Esperança em meio a tempestade

            Está  dificil sentarmos à frente da Tv nesses últimos dias e assistirmos a cada minuto a situação que se encontra em diferentes localidades do  país,principalmente  a região serrana do Rio de Janeiro.Jamais alguém poderia imaginar  que a natureza em sua ação tão intensa,alíada a falta de  um bom planejamento e  estrutura habitacional pudesse causar tanta destruição  em locais próximos a encostas,rios,lagos,etc... e provocando muitas mortes a partir de inundações e  deslizamentos de terras. É casa caindo por toda parte,gente sendo arrastada pelas águas  ou sendo soterradas, o que se vê são famílias inteiras destruidas,pessoas ilhadas ou desabrigadas,reféns de um estado de calamidade deplorável  em diferentes regiões do Brasil.
           Repensar os diferentes fatores que contribuíram para essa "catástrofe",sem dúvidas se faz necessário,pois estatisticamente dizendo,a cada ano  esse fato se repete e nossas autoridades precisam urgentemente tomarem providências cabíveis a fim de evitar que outros  casos como esses voltem a acontecer,contribuindo para esse mar de tristeza que se instaurou em nosso país nesse início de ano. 
            A solidariedade têm sido a palavra de ordem nesses dias para amenizar as diferentes situações que encontramos as vitimas desse "holocausto",sim ...não basta apenas se sensibilizar em casa diante do que  se  assiste ,mas se tomar uma atitude que possa  contribuir para que a esperança e a fé voltem a fazer parte da vida dessas pessoas tão sofridas.

domingo, 2 de janeiro de 2011

Paz..... até quando vamos clamar por ela??

    A paz do mundo começa em mim e por isso vamos trocar uma palavra de ódio por uma palavra carinhosa e um conselho amigo,uma lágrima por um sorriso e um murro por um abraço sincero...
  As pessoas  precisam serem  menos egoístas e aprenderem a compartilhar sua paz interior com todos ao seu redor ,de forma que eles possam tirar de dentro de seus corações todas as amarguras, os rancores, solidões e as desilusões...
   Estamos num momento que a todo instante ouvimos notícias ruins ,as pessoas estão cada vez mais inseguras dentro de suas  próprias  casas  onde  o medo toma conta da população.Quem diria...!Em nossas casas já não temos mais segurança...é bala perdida,é assalto,é pedofilia,é bullying online,é agressão física e verbal....que horror !!!
   Até quando  estaremos  sobressaltados e apavorados diante de tanta violência?
   Há  quem diga que até os nossos melhores amigos  já não são dignos de tantas confianças...isso de fato gera total insegurança e é esse medo que devora a humanidade e a faz sentir-se como uma criança que busca proteção " nas barras da saia de sua mãe".Em quem confiar então?
  Sonho com o momento em que as pessoas poderão estar mais seguras....de si mesmo e das pessoas que circundam suas vidas  e assim possam estarem  ou sairem de suas casas com mais tranquilidade vendo o  outro confiante de que alí está com a "bandeira da paz"  expressa no olhar...
   Precisamos dormir e acordarmos com tranquilidade,saírmos confiantes  de que  estamos protegidos,mas proteção mesma só a de Deus,poís já não conseguimos confiar em ninguém..são as circunstâncias do dia-a-dia que faz com que fiquemos em algumas vezes ilhados dentro de nossas próprias casas  ou  amedrontados,inseguros diante de tantas situações  com  que nos deparamos diariamente , que ouvimos  contar e assistimos  através dos telejornais  ou das  manchetes .
   Acredite...plante a PAZ ,deixe-a brotar em seu olhar,conviva ,transpire  e doe esse sentimento  tão grandioso   para  o mundo,pois as pessoas estão sedentas de paz  erm  suas vidas e só assim poderemos ver  a  harmonia entre  todos povos e nações.