sábado, 16 de abril de 2011

PACIÊNCIA

*Arnaldo Jabor*



Ah! Se vendessem paciência nas farmácias e supermercados... Muita gente iria gastar boa parte do salário nessa mercadoria tão rara hoje em dia.


Por muito pouco a madame que parece uma "lady" solta palavrões e berros que lembram as antigas "trabalhadoras do cais"... E o bem comportado executivo?


O "cavalheiro" se transforma numa "besta selvagem" no trânsito que ele mesmo ajuda a tumultuar...


Os filhos atrapalham, os idosos incomodam, a voz da vizinha é um tormento, o jeito do chefe é demais para sua cabeça, a esposa virou uma chata, o marido uma "mala sem alça". Aquela velha amiga uma "alça sem mala", o emprego uma tortura, a escola uma chatice.


O cinema se arrasta, o teatro nem pensar, até o passeio virou novela.


Outro dia, vi um jovem reclamando que o banco dele pela internet estava demorando a dar o saldo, eu me lembrei da fila dos bancos e balancei a cabeça, inconformado...


Vi uma moça abrindo um e-mail com um texto maravilhoso e ela deletou sem sequer ler o título, dizendo que era longo demais.


Pobres de nós, meninos e meninas sem paciência, sem tempo para a vida, sem tempo para Deus.


A paciência está em falta no mercado, e pelo jeito, a paciência sintética dos calmantes está cada vez mais em alta.


Pergunte para alguém, que você saiba que é "ansioso demais" onde ele quer chegar?


Qual é a finalidade de sua vida?


Surpreenda-se com a falta de metas, com o vago de sua resposta.


E você? Onde você quer chegar?


Está correndo tanto para quê?


Por quem?


Seu coração vai aguentar?


Se você morrer hoje de infarto agudo do miocárdio o mundo vai parar?


A empresa que você trabalha vai acabar?


As pessoas que você ama vão parar?


Será que você conseguiu ler até aqui?


Respire... Acalme-se...


O mundo está apenas na sua primeira volta e, com certeza, no final do dia


vai completar o seu giro ao redor do sol, com ou sem a sua paciência...

Retirado do site: http://cronicasdearnaldojabor.blogspot.com/2009_05_01_archive.html

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